Universidade Federal de Jataí

A História 

Em 1979, no mandato do reitor José Cruciano de Araújo (1978-1981), foi criada a Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal de Goiás (UFG), com a função de coordenar as atividades de serviços de extensão, tendo a professora Maria do Rosário Cassimiro como Pró-Reitora.

Nessa época, prevalecia na universidade uma política de interiorização que, seguindo a orientação do Ministério da Educação e do Ministério do Interior, por meio de ações ligadas ao projeto Rondon e ao Centro Rural Universitário de Treinamento e Ação Comunitária (Crutac), buscava levar o aluno universitário e o funcionário público a conhecer, in loco, a realidade do interior do Brasil.

Polêmica e policrômica, a experiência de interiorização despertou, ao longo de sua existência, reações variadas e extremadas na comunidade acadêmica em Goiânia. Alguns encontraram um novo alento para continuarem na vida universitária; outros aceitaram-na com indiferença. Teve quem ignorou e os que simplesmente a recusaram, enxergando aí mais um ato autoritário da gestão universitária.

Ao mesmo tempo, em Jataí, a sociedade começava a cobrar do então prefeito, Mauro Antônio Bento, providências no sentido de trazer para a cidade cursos superiores que atendessem à demanda interna do município, sob o discurso do progresso e do desenvolvimento do município.

Em julho de 1979, a Comissão Pró-Curso Superior do Lions Clube de Jataí elaborou um ofício acompanhado de um abaixo-assinado para ser entregue ao reitor da UFG, professor Cruciano, no qual solicitava a instalação de cursos superiores na cidade. Esse documento foi entregue pessoalmente por uma comissão constituída por pessoas da comunidade jataiense.

Apesar de toda a oposição de distintos setores da comunidade universitária em Goiânia, havia uma política de interiorização do ensino superior, inclusive com recursos destinados para esse fim, e também uma demanda da sociedade em Jataí. Sendo assim, o município foi contemplado com um câmpus avançado. Contudo, sob a condição de que o município disponibilizasse a área e o prédio para a instalação da unidade. Em contrapartida, a UFG enviaria os servidores técnico-administrativos e docentes para o funcionamento dos cursos na cidade.

A interiorização da UFG ocorreu por meio da criação de quatro câmpus avançados no interior do Estado, em Porto Nacional e Firminópolis (1975), Jataí (1980) e em Catalão (1983).

Uma das principais aliadas ao projeto de interiorização da UFG foi a professora Maria do Rosário Cassimiro, Pró-Reitora de Extensão naquele momento. Cassimiro percebia a extensão como uma oportunidade de aprender com a realidade do interior, estabelecendo trocas de experiências, instituindo uma aproximação entre a universidade e a sociedade. Sempre defendeu a concepção de interiorização pública com a participação da comunidade.

Em 10 de março de 1980, foi assinada a Resolução 145/1980, criando o Câmpus Avançado de Jataí (CAJ). O objetivo inicial era a criação de apenas um espaço de estágio e extensão das atividades da universidade, um lugar para a promoção de condições para o desenvolvimento regional, com o objetivo de efetivar a interiorização de cursos de formação de professores.

Obras do Câmpus Riachuelo nos anos 1980
Obras do Câmpus Riachuelo nos anos 1980

 

O câmpus avançado da UFG, ofertando um ensino superior público e gratuito, foi uma vitória não somente da comunidade local, mas de todo o Sudoeste Goiano. O prédio que abrigaria a instituição foi inaugurado oficialmente no dia 19 de dezembro de 1980 com uma vasta repercussão em toda a região. Foi implantado, em caráter experimental, o primeiro curso: Licenciatura Plena em Ciências, com habilitação em Matemática, Química e Física, iniciando as atividades acadêmicas em março de 1981.

[...]

Em 1985, foi implantado o curso de Pedagogia, com professores concursados e lotados para trabalharem no Câmpus, por meio de contrato firmado com o município através da Fundação Educacional de Jataí (FEJ). Foram criados os cursos de Letras, em 1990, Geografia e Educação Física (Licenciatura), em 1994, Matemática e Ciências Biológicas (Licenciatura), em 1996 e Agronomia e Veterinária, em 1997.

Ao longo de dez anos, o modelo de interiorização do CAJ, iniciado na década de 1980, encontrava-se esgotado. Com o crescimento do Câmpus, a FEJ não conseguia mais cumprir com os contratos firmados junto à universidade, o que acabou afetando o funcionamento da instituição.

Na década de 1990, diante das inúmeras dificuldades enfrentadas cotidianamente, principalmente aquelas relacionadas ao orçamento da universidade, foi articulado pelos professores e pela direção do Câmpus, com o apoio do governo do Estado de Goiás, da prefeitura municipal de Jataí e da FEJ, um movimento junto ao Ministério da Educação em prol da federalização do CAJ. Essa movimentação encontrava eco na administração central da Universidade e foi encampada por diferentes atores e segmentos da sociedade.

Em julho de 1995, foi entregue ao Ministério da Educação, segundo Reis (2014, p. 228) “o documento intitulado Proposta Político-Pedagógica de Federalização do Câmpus Avançado da Universidade Federal de Goiás em Jataí (GO)”, que apresentava os espaços físicos da instituição, as atividades desenvolvidas pelos seus profissionais, a relevância histórica, geográfica e socioeconômica do município. Apesar da não aprovação desse projeto, o Câmpus continuou a expandir-se.

Com a Resolução Consuni 20/2005, em 11 de novembro de 2005, o Câmpus Avançado de Jataí passou a ser designado Câmpus Jataí, permanecendo a mesma sigla - CAJ. Pode parecer uma mera alteração de nome, contudo, tratava-se da complexificação das atividades do Câmpus.  A partir desse momento, o CAJ passou a ter estrutura administrativa própria, “constituída por uma equipe em Jataí para ajudar a pensar e propor ações para a melhoria da instituição e do ensino-aprendizagem” (REIS, 2014, p. 243).

Com a adesão ao Plano de Expansão, criaram-se novos cursos de graduação: no ano de 2006 tiveram início os cursos de Zootecnia, Química (licenciatura), Física e História; no ano de 2007 os cursos de Psicologia e Biomedicina; em 2008 os cursos de Enfermagem e Ciências da Computação.

Com o Reuni (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), tiveram início cinco novos cursos de graduação: Direito (2009), Engenharia Florestal (2009), Educação Física (bacharelado) (2010), Fisioterapia (2010) e Química (bacharelado) (2012). E, em 2013, através do Programa de Expansão do Ensino Médico, foi criado o curso de Medicina.

 

Construção da Cidade Universitária
Construção da Cidade Universitária no ano de 2011

 

Com a aprovação do novo estatuto da Universidade, em janeiro de 2014, o Câmpus Jataí passou a ser denominado Regional Jataí (REJ).

Ao longo de toda a sua existência, o Câmpus Avançado de Jataí expandiu-se, ampliando a oferta de cursos. [...] conta com 25 cursos de graduação regularmente oferecidos nas áreas de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e da Saúde, Ciências Exatas, Ciências Humanas e Linguísticas, Letras e Artes. Além dos cursos de graduação, disponibiliza cursos de pós-graduação lato sensu (especializações) e stricto sensu (mestrado e doutorado), sendo cinco cursos de mestrado - Agronomia (produção vegetal), Geografia, Ciências Aplicadas à Saúde, Mestrado Profissional de Matemática (Profmat) e em Educação - e um doutorado, em Geografia.

[...] 

Fonte: História, memória e afetos: 40 anos de Universidade Federal em Jataí, 2018. 

 

Hoje e amanhã 

Em outubro de 2015, após várias tratativas, o terreno onde se localiza o Câmpus Jatobá foi transferido oficialmente pelo Governo do Estado de Goiás para a UFG. Na ocasião, membros da gestão da Regional encaminharam solicitação ao Governador do Estado para que interviesse junto ao governo federal em busca da autonomia da universidade em Jataí, o que só seria possível através de um desmembramento da UFG.

A partir disso chegamos ao encaminhamento do projeto de lei de criação da Universidade Federal de Jataí, em 09 de maio de 2016, por parte do executivo. O projeto tramitou pela Câmara Federal e foi aprovado em 19 de dezembro de 2017 e logo depois pelo Senado, onde foi aprovado em 21 de fevereiro de 2018.

Após aprovação no Senado Federal o projeto foi enviado para sanção presidencial, tendo sido recebido pela Secretaria de Governo em 28 de fevereiro, e sancionado no dia 20 de março de 2018 e publicado em 21 de março de 2018.

O PLC 7/2018 que cria a Universidade Federal de Jataí (UFJ), com sede e foro no município de mesmo nome prevê a transferência automática de cursos, alunos e cargos. O campus da UFJ constitui-se das unidades Riachuelo e Jatobá (Cidade Universitária José Cruciano de Araújo). 

Pórtico UFJ
Amanhecer do dia 21 de março de 2018 - nascimento da UFJ

 

Além do aproveitamento da estrutura existente da UFG, o texto previa a criação de 67 cargos efetivos do plano de carreira dos cargos técnicos-administrativos em educação e 40 cargos de direção. Hoje, a UFJ conta com 25 cursos de graduação, 4 cursos de pós-graduação lato sensu (especializações) e 10 stricto sensu (mestrado e doutorado), sendo 9 cursos de mestrado - Agronomia (produção vegetal), Geografia, Ciências Aplicadas à Saúde, Educação, Biociência Animal, Química, Biodiversidade e Direito (em implantação-2024) e Mestrado Profissional de Matemática (Profmat) e em Educação - e um doutorado, em Geografia.

 

Nomeação do Reitor Pro tempore 

 

Em 11 de dezembro de 2019, por meio da Portaria nº 2.121, de 10 de dezembro de 2019, professor Américo Nunes da Silveira Neto foi nomeado Reitor Pro Tempore da Universidade Federal de Jataí, tendo sido empossado no cargo no dia 12 de dezembro.

Entre os anos de 2020 e 2023 foram elaborados, discutidos e aprovados os documentos norteadores da gestão institucional, como o Estatuto, o Regimento e diversas normativas internas. 

A gestão pro tempore se estendeu até janeiro de 2024, quando foi nomeado o primeiro reitor eleito. 

 

A primeira gestão eleita 

Após a realização do primeiro processo consultivo para escolha de reitor(a) e vice-reitor(a), no mês de setembro de 2023, o Conselho Universitário referendou a lista tríplice com a indicação do reitor, que foi nomeado pelo Ministério da Educação no dia 30 de janeiro de 2024. 

Os professores Christiano Peres Coelho, do Instituto de Biociências, e Alana Flávia Romani, do Instituto de Ciências Agrárias, assumiram os cargos de reitor e vice-reitora para o quadriênio 2024-2027, tornando-se os primeiros dirigentes escolhidos pela comunidade universitária da UFJ.