Consciência Negra: ações institucionais pretendem mitigar desigualdades

A Universidade Federal de Jataí (UFJ), por meio da Coordenação de Ações Afirmativas (CAAF), tem implementado uma série de projetos e políticas voltadas para a promoção da equidade racial e o fortalecimento da presença de pessoas negras em seus espaços acadêmicos e administrativos. Em 2024, destaca-se o Programa UFJ para Todos, que criou vagas suplementares em todos os cursos de graduação para estudantes quilombolas e indígenas. Também foram implementadas as bolsas ações afirmativas para pessoas negras, tanto no edital de iniciação científica quanto nos programas de pós-graduação, ampliando o acesso e a permanência desses grupos no ambiente acadêmico. A universidade tem promovido o letramento racial para novos servidores e servidoras, assim como palestras sobre o tema para estudantes ingressantes, buscando sensibilizar a comunidade universitária e combater o racismo estrutural. Outras ações incluem o acolhimento de pessoas de matriz africana, a recomposição e ampliação da Comissão Permanente de Heteroidentificação e iniciativas que fortalecem as políticas afirmativas na instituição.

Para 2025, a UFJ projeta avanços significativos. Entre as metas estão o desenvolvimento de um Observatório da Presença Negra, que monitorará dados e promoverá análises sobre a inclusão racial na universidade; a implementação de cotas raciais para bolsas de monitoria, extensão, permanência, acolhida e eventualidades; e a promoção de letramento racial em todos os eventos de formação docente e discente. Há ainda o compromisso de aumentar em pelo menos 30% a presença de pessoas negras nos cargos de gestão e de implementar o fator cuidado nas resoluções de progressão e promoção docente, contemplando questões relacionadas à sobrecarga de trabalho e desafios específicos enfrentados por docentes negros. Essas ações reforçam o compromisso da UFJ com a promoção da justiça social e a transformação estrutural da universidade.

Neste dia 20 de novembro, quarta-feira, é a primeira vez em que o Dia da Consciência Negra é comemorado como feriado nacional no Brasil. A data remete à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência negra contra a escravidão no Brasil. Instituído oficialmente pela Lei nº 12.519/2011, o dia homenageia a luta histórica dos negros por liberdade e igualdade, destacando a importância de valorizar a cultura afro-brasileira e combater o racismo.

A data, que passou a ser celebrada pelo Movimento Negro a partir da década de 1960, é um momento de reflexão sobre o legado da escravidão e os desafios ainda enfrentados pela população negra no país. No contexto acadêmico, ações como as desenvolvidas pela UFJ são fundamentais para promover uma universidade mais inclusiva e equitativa, alinhando-se ao espírito do Dia da Consciência Negra e contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária.